28/11/10

Inverno






E no meio de um inverno eu finalmente
aprendi que havia dentro de mim
um verão invencível.

Albert Camus

25/11/10

A princesa e o papagaio

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Esta é a história fantástica de uma princesa que vivia nas montanhas longínquas...





23/11/10

Inocência




A inocência está sempre rodeada pela auréola de seu próprio esplendor.

Jean-Baptiste Massillon

Fantasias




"A fantasia não é exactamente uma fuga da realidade. É um modo de a entender."

Lloyd Alexander

22/11/10

Natureza




A natureza é sábia e justa. O vento sacode as árvores, move os galhos, para que todas as folhas tenham o seu momento de ver o sol.

Humberto de Campos

21/11/10

Vozes Minhas




O súbito fraseador que mimava
a sua fala pela do vento
não me disse Heraclito fui,
tal como eu o pensei.
Disse só deste lado do recorte
da serra sopra mais.
Ouvir por dentro. Clarear
traços que nos separam
da figura falante. O amanho
da Terra liga-nos.
Ouvinte do vento, não me
disse como eu: Verdade
e substância, na primeira apanha.
Quietude. Êxtase, na eclosão.

Cavou ao longo da esticada corda
que orienta as leiras. Esteve
em movimento ali um dia: Ó terra,
tudo está nos sentidos
antes do senso, voz certa,
som áspero, vento de rajadas grossas.

Fiama Hasse Pais Brandão, in "Três Rostos - Ecos"

Sonho





Numa casa de vidro te sonhei.
Numa casa de vidro me esperavas.
Num poço ou num cristal me debrucei.
Só no teu rosto a morte me alcançava.

De quem a morte, por terror de mim?
De quem o infinito que faltava?
Numa casa de vidro vi meu fim.
Numa casa de vidro me esperavas.

Numa casa de vidro as persianas
desciam lentamente e em seu lugar
a noite abria o escuro das entranhas
e o teu rosto morria devagar.

Numa casa de vidro te sonhei.
Numa casa de vidro me esperavas.
Fiz do teu corpo sonho e não olhei
nas palavras a morte que guardavas.

Descemos devagar as persianas,
deixámos que o amor nos corroesse
o íntimo da casa e as estranhas
cerimónias do dia que adoece.

Numa casa de vidro. Num espelho.
Na memória, por vezes amargura,
por vezes riso falso de tão velho,
cantar da sombra sobre a selva escura.

Numa casa de vidro te sonhei.
No vazio dessa casa me esperavas.

Luís Filipe Castro Mendes, in “Os Amantes Obscuros”

Beleza



Vem do amor a Beleza,
Como a luz vem da chama.
É lei da natureza:
Queres ser bela? - ama.

Formas de encantar,
Na tela o pincel
As pode pintar;
No bronze o buril
As sabe gravar;
E estátua gentil
Fazer o cinzel
Da pedra mais dura...
Mas Beleza é isso? - Não; só formosura.

Sorrindo entre dores
Ao filho que adora
Inda antes de o ver
- Qual sorri a aurora
Chorando nas flores
Que estão por nascer –
A mãe é a mais bela das obras de Deus.
Se ela ama! - O mais puro do fogo dos céus
Lhe ateia essa chama de luz cristalina:

É a luz divina
Que nunca mudou,
É luz... é a Beleza
Em toda a pureza
Que Deus a criou.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

Prece romântica

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As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

Angelical

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Canta teu riso esplêndido sonata,
E há, no teu riso de anjos encantados,
Como que um doce tilintar de prata
E a vibração de mil cristais quebrados.

Bendito o riso assim que se desata
- Citara suave dos apaixonados,
Sonorizando os sonhos já passados,
Cantando sempre em trínula volata!

Aurora ideal dos dias meus risonhos,
Quando, úmido de beijos em ressábios
Teu riso esponta, despertando sonhos...

Ah! Num delíquio de ventura louca,
Vai-se minh'alma toda nos teus beijos,
Ri-se o meu coração na tua boca!

Augusto dos Anjos

Sempre no meu espírito

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A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõe.
William Shakespeare

20/11/10

Infância




De todos os presentes da natureza para a raça humana, o que é mais doce para o homem do que as crianças?

Ernest Hemingway

18/11/10

A Délia




Cuidas tu que a rosa chora,
Que é tamanha a sua dor,
Quando, já passada a aurora,
O Sol, ardente de amor,
Com seus beijos a devora?
- Feche virgíneo pudor
O que inda é botão agora
E amanhã há-de ser flor;
Mas ela é rosa nesta hora,
Rosa no aroma e na cor.

- Para amanhã o prazer
Deixe o que amanhã viver.
Hoje, Délia, é nossa a vida;
Amanhã... o que há-de ser?
A hora de amor perdida
Quem sabe se há-de volver?
Não desperdices, querida,
A duvidar e a sofrer
O que é mal gasto da vida
Quando o não gasta o prazer.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

Outonal


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E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...

Pablo Neruda

16/11/10

No teu olhar




Quem não compreende um olhar,
tão pouco compreenderá uma longa explicação.

Mário Quintana


África minha

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Mãe África

Com certeza, fostes o berço da humanidade,
Em minhas veias, ainda corre o teu sangue.
Teus filhos foram arrancados com maldades
E ainda o teu rico solo é regado com sangue.

Tuas raízes históricas são ricas e milenares,
Da humanidade, és patrimônio rico e natural,
Pelas tuas diversidades culturais e valores,
Há a cobiça do capitalismo descomunal.

És negra e original na riqueza da tua pele,
E os teus filhos ainda lutam pela liberdade,
Repudiando o capitalismo sujo da maldade.

Mãe negra, dividida e palco de exploração,
És rica não precisando de ofertas e esmolas,
Por direito e justiça é necessário reparação.


de Everaldo Cerqueira


13/11/10

Com a tempestade no olhar...

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Nada é mais verdadeiro do que um olhar.

12/11/10

Evasão

evasion